quinta-feira, 8 de abril de 2010

Introdução


A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro de 2009, em Copenhague (Dinamarca), foi esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana.

De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle. Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a emissão dos gases que contribuem para o aceleramento do efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. Mas para que isso aconteça, será necessário que ocorram modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, como a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam. No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver:
- a floresta amazônica transformada em savana;
- rios com menor vazão e sem peixes;
- uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo;
- o derretimento irreversível de geleiras;
- o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras;
- a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos
- o aumento de doenças tropicais como dengue e malária.

A Conferência tinha como objetivo também trabalhar com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Isso significa que os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançam uma quantidade maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu modelo de crescimento econômico, devem arcar com uma parcela maior na conta do corte de carbono. Por isso, a expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020.

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